Na minha
adolescência não muito distante, quando alguém pedia para “ficar” com alguém
causava burburinho. Não só no coração inexperiente de quem recebia o pedido,
mas também no restante das amigas (porque esse cortejar era feito quase que
exclusivamente pelos meninos), e o nervosismo se dava não porque era um evento
raro, mas porque era uma decisão a se pensar. Sim! Nesse nada remoto passado a
gente parava pra pensar na resposta e conversava com as amigas para acalmar os
ânimos.
“Ficar” para
minha geração também era muito diferente do que se vê agora: traduzindo para o
português bem claro era simplesmente beijar. Hoje a experiência inicia e tem
seu desfecho (lê-se sexo) num lapso de tempo às vezes insignificante. E pode
ser no primeiro encontro, pode ser com um desconhecido, pode ser cada vez mais
cedo... Pode ser em nome da liberdade, pode ser sem preconceito, pode ser sem
culpa...
Mas que
liberdade é essa onde os jovens reproduzem a decisão da maioria? Se todos
fazem, ele – ou ela - faz também, porque não quer ser diferente, não quer ficar
para trás. Afinal, tem que contabilizar no fim da balada com quantas pessoas ficou
e conta como se contam cabeças de gado... E ainda julgam que isso é ter
personalidade.
Em suas
posturas sem preconceito deixam tudo “rolar” e não desfrutam as expectativas da
conquista.
E é claro, sem
culpa. Mas também sem dar tempo para conhecer e ser conhecido, sem dar-se a
chance de experimentar a cumplicidade, o companheirismo e o amor presentes em
um relacionamento sólido.
O que os
jovens sentem nesses relacionamentos tão relâmpagos? E o que sentem é
aproveitado? Ou os sentimentos também são atropelados por esse mundo tão ávido
por inovação?
Trazer essa
necessidade de constante mudança para os relacionamentos não é saudável; só
reforça a intolerância, o egoísmo, a frieza, o individualismo e por aí vai... Atitudes
que todos criticam, mas poucos lutam contra.
Caroline Costa Wruck Pereira
Mto verdade isso!
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