Faz algum tempo que eu vi rolando
na Internet um concurso de poesia. Existem vários concursos desse tipo, mas
esse era interessante porque seria lançado um livro e a renda das vendas seria
destinada à APAE. Resolvi tentar.
É claro que eu escrevo unicamente por hobby, e é claro que não
quero ser uma escritora, publicar livros, virar a criadora de um best seller,
etecétera e tal. Escrevo nas horas que eu estou sozinha, nas vezes que quero
meio que desabafar com alguém (e olha que o papel é um ótimo “ouvinte”).
Normalmente, todos os meus poemas são autobiográficos e confesso que sou meio
egoísta. Eu escrevo para mim. Às vezes, só eu entendo os meus poemas. E até um
tempo atrás, só eu os lia. Porque né, é você ali, é o seu íntimo totalmente
exposto. Até que resolvi mostrar alguns escritos para amigos e familiares. E
acho que o pessoal gostou, porque começaram a me incentivar a postar num blog
ou publicar nas redes sociais. Então, esse concurso foi importante para eu ver
como as pessoas que não me conhecem (e que, consequentemente, não emitem uma
opinião pessoal) veem o que eu escrevo. Fiquei muito feliz ao abrir o meu email
ontem e ver lá a mensagem de que o meu poema foi escolhido.
O poema Lembranças de Infância teve muita influência de um irmão
do meu avô. Eu até diria que é uma homenagem à ele. Sabe aquele tiozinho idoso
que recebe você, uma criança de sei lá 8 ou 9 anos, com um baita sorriso no
rosto e te ensina a tocar violão? Era ele. Eu ia em um monte de casas que tinha
violão, mas ninguém nunca deixou eu tocar. Ele fez além... ele me ensinou
muitos acordes. E isso me marcou muito. Fiquei muito muito muito chateada
quando ele faleceu e eu nem pude ir me despedir, mas essa tristeza deu espaço à
uma saudade gostosa quando leio o poema que fiz para ele. Acho que ele lá de
cima deve ter ficado feliz com o resultado do concurso. Obrigada Tio Orlando,
pela inspiração! :D
Abaixo segue o poema na íntegra, e para quem quiser saber um
pouquinho mais do concurso, segue o link: http://www.poesiatododia.com.br/
Lembranças de infância
Um violão no canto da sala me traz lembranças
Daquele homem singelo
E das mãos simples que tocavam nas cordas
E das mãos simples que tocavam nas cordas
E afinavam, com o maior cuidado, o instrumento querido.
Era tão doce, tão belo aquele som ora agudo, ora grave.
Aprendeu a tocar de ouvido ainda menino
Comprou a viola com o primeiro salário
A partir dali, se tornaram inseparáveis amigos.
Me ensinou os primeiros acordes
Me ensinou os primeiros acordes
Quando eu ainda era uma menina.
Depois se foi, num dia qualquer
O coração falhou e não resistiu
Mas a sua música ficou...
Em mim.
Um violão no canto da sala me traz lembranças
Daquele homem singelo
E das mãos simples que tocavam nas cordas
E dos sons que tocavam meu coração...
Para sempre.
Isa, que lindo! Ao mesmo tempo que eu lia seu poema, fui transformando as palavras em imagens na minha mente e pude visualizar todo o evento. Que delícia! Parabéns minha amiga... E que bom que você começou a compartilhá-los com a gente! Um beijo. Cláudia.
ResponderExcluirParabéns pelo prêmio!!linda história! vc escreve simples e de fácil compreensão.Não aquele tipo de poema que cansa e a gente não entende muito bem !!
ResponderExcluir