Todos nós em
algum momento da vida passamos por dificuldades que nos tiram o sono, nos
roubam a calma. Às vezes o problema está ali, à nossa frente, palpável e muitas
outras ele habita justamente o vazio, aquilo que ainda esta por vir e somos
invadidos pela ansiedade.
O que irei
contar a vocês não é fruto de estudo científico, é apenas a minha experiência e
como consegui reagir diante do problema. Talvez sirva para você, talvez não.
Meus dias
ruins aconteceram no 3º ano do Ensino Médio. Eu era uma bolsista dedicada e
sempre consegui bons resultados na escola. Estava a pouco mais de um semestre
para findar o ano e encarar o Vestibular. Estudava de manhã, fazia exercícios à
tarde e voltava para o cursinho à noite; isso deveria me dar confiança quanto à
minha preparação. Foquei quase 100% do meu tempo nos estudos, mas quando
comecei a ponderar o que conseguiria com tudo aquilo minha cabeça virou (e meu
estômago também). Será que passaria no “Vestiba”? Será que conseguiria me
sustentar morando sozinha em outra cidade? Será que conseguiria morar longe da
família? Será que seria uma boa profissional? Quantos “serás”...
Minhas noites
de sono viraram breves cochilos alternados com longas revisões involuntárias
que minha mente fazia das matérias estudadas no dia anterior; e quando via pela
janela o sol aparecendo, batia o desespero misturado ao cansaço e a ansiedade
se materializava quando o despertador tocava e eu tinha que correr ao banheiro
para não vomitar na beira da cama. Nem sempre deu tempo...
Aos poucos esse
sentimento me deixou sem apetite, sem ânimo e com pouca esperança. Ouvia alguns
conselhos, mas não conseguia praticá-los por muito tempo.
Um dia,
enquanto esperava o ônibus para voltar para casa comecei a observar as pessoas
ao meu redor e pensar que tipo de problemas elas poderiam ter, se estavam
satisfeitas com suas vidas, com sua família, com seu trabalho, se teriam
dinheiro no fim do mês, se estavam bem de saúde... Mas independentemente da
resposta, todas estavam ali: VIVENDO mais um dia, trabalhando, estudando,
comendo, rindo, porque o mundo não ia parar e esperar minha ansiedade passar e
mesmo que parasse, EU tinha que fazer algo, ninguém, por mais que quisesse,
poderia me substituir nessa empreitada.
Percebi que
eu havia criado um Mundo com meus pensamentos e precisava sair dele depressa.
Disse para mim mesma que se todos conseguiam levar a vida numa boa eu também
conseguiria e comecei a debochar dos meus problemas e ironizar se fosse
preciso.
É claro que
as coisas não se resolveram instantaneamente, foram meses de exercício até
desfrutar da tranquilidade plena.
Hoje ainda
anseio por muitas coisas, mas não perco a paz por isso. Aprendi que existe uma
diferença gigantesca entre ter ansiedade e ela ter você.
Excelente texto Caroline! Qual seu e-mail?
ResponderExcluirFico feliz que gostou.
ExcluirSe não se importar podemos nos comunicar aqui no blog mesmo, até eu organizá-lo melhor para contatos por e-mail.